Arraiá dos Caipira
No arraiá, hoje tem festa.
Tem foguera a queimá.
Rosinha de olho em chico
Pra ele num aprontá.
A galinha da Zefina
Ta querendo lhe robá.
Fez simpatia pro Santo
Pois o nome no punhá.
Enfiou na bananeira
E tirou um Chico lá.
Ela jura que ele é dela
Conseio num vai iscuitá.
Rosinha de olho em chico
E ela querendo robá.
Na fogueira ta assando
A batata e o mungunzá
Que a gente boto nela
Pra pudê inconomizá.
O milho virou pamonha
E também bolo de fubá
E o Chico sem vergonha
Ta querendo a otra pegá.
A Rosinha de olho daqui
E a Zefina de olho de lá.
No fim da noite a tadinha
Pode um chifre inté ganhá.
Na quadria ele é o noivo
A zefina é o disaforo
Que a noiva vai enfrentá
A Rosinha é a noiva
Chico inté vai se casá
Mas é só pra mo di si vê
Que ele num qué sacaneá.
Mas se piscá o olho ocê
Vai vê ele se mandá.
Coa zefina ou inté
Com outra do memo lugá.
E a coitada da Rosinha
Vai ficá aqui a chorá.
Mas o padre, o delegado
E o pai da noiva, o Zezinho,
Mais o povo nem qué querditá.
Inté acha que é da quadria
E vai começá a gritá:
Viva São Pedro mia fia!!!
Viva São João tamém!
Só num dê viva a Santo Antonio
Que o chico num é de casá
E num há de sê de ninguém!!!
Aos meus amigos mais queridos que falam o caipirês perfeito e que eu adoro ouvir.