Dia dos Namorados
Dia 12 de junho próximo, muita gente vai comemorar o dia dos namorados... Mas muita gente vai amargar a solidão, seja pela ausência do amado (a), ou pela falta absoluta de alguém para amar...
O interessante é que todo mundo está loucamente em busca de alguém. Freneticamente pesquisando nos sites de relacionamentos, nos “becos” da vida, nos shopping centers, nas “paradas gays”, nas praças, esquinas, praias... Todos em busca do grande amor de sua vida... Mas todos sem muita paciência para a conquista, para a rotina, para o dia-a-dia, para a convivência afetiva.
Estranho, não é? Ao mesmo tempo que buscamos um relacionamento firme, duradouro, que possa ser comemorado no Dia dos Namorados, não queremos perder tempo no ritual da conquista, do flerte. Queremos alguém já “pronto e acabado”, completamente adaptado aos nossos gostos e caprichos. E, o mais intrigante: não queremos arredar um centímetro de nossas exigências, não queremos ceder nem negociar. Tem que ser do jeito que queremos e pronto!
Mas dá para encontrar alguém assim??? Perfeito, completo, que não gesticule, que não tenha opinião própria, que não tenha preferências e que reze, sempre, pela nossa cartilha??? Infelizmente, não dá. O “outro” também está na mesma sintonia, na mesma ansiedade e na mesma busca desenfreada por alguém sem alma e sem sentimento; por alguém que lhe sirva por alguns momentos, alguns dias e que depois seja descartado. Por isso, a busca se torna insana e infrutífera.
É, os novos tempos, as novas sensações, todos querem “ficar”, sem compromisso. Mas ao mesmo tempo sentem um vazio incomensurável no fundo da alma, um buraco no peito que teima em queimar e arder de desejo por algo permanente e duradouro... Mesmo que dure até o dia seguinte...
Acredito que está na hora de sentarmos, olharmos para dentro de nós, e tentarmos escutar nosso coração e nossa alma. Buscarmos dentro do mais íntimo do nosso recôndito interior aquela resposta: o que eu realmente quero? O que é que me preenche e me faz feliz? Estou disposto a ser tolerante, a ser maleável, a ser complacente com o outro? Estou disposto a negociar?
Depois de encontrar respostas para essas perguntas e para muitas outras, aí sim devemos partir para conhecer alguém, de coração aberto, e disposto a amar de verdade. Mas não aquele amor de uma semana, mas aquele amor para a vida toda, mesmo que ele dure apenas alguns dias. Somente amando verdadeiramente, sem cobranças e sem exigências, é que estaremos dando espaço para que o amor aconteça, que o namorado ou namorada apareça e “fique”, sim, fique de uma vez, pelo menos até o próximo Dia dos Namorados...
Acho que estou trilhando nesse caminho, buscando me despojar de exigências e me preparando para o amor. Que tal tentar uma reflexão e uma caminhada?
Valdeck Almeida de Jesus
12 de junho de 2007