CANTO POÉTICO (homenagem a Castro Alves)
CANTO POÉTICO
(Homenagem a Castro Alves)
Ser poeta não é apenas saber fazer versos!
É descobrir nas cores do universo,
A beleza do infinito... E sufocar um grito
Para depois transformá-lo em uma bela canção.
É saborear o néctar que alimenta a abelhas,
E sentir os pingos da chuva que escorrem pelas telhas,
É conter a tristeza... O choro... O gemido plangente,
Ouvir as batidas do sino... O silvo da serpente,
O trinar dos pássaros... O uivo do leão!
É viver no chão com a alma nas alturas
É entoar o canto de todas as criaturas,
Fazer da lei do amor a sua profissão!
Ser poeta é transitar entre o prazer e a dor
E – como ninguém – conhecer os mistérios do amor,
Distinguir em cada flor a sutileza que faz diferente o perfume.
Ser poeta é sentir profusão de sentimentos,
Versejar com lirismo em todos os momentos,
Ter a mente nos Céus e ter Deus como lume!...
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Nós - os amantes da poesia - não podemos deixar passar em branco a data de aniversário daquele que para nós é o mais alto dos representantes do nosso romantismo e também um dos maiores poetas da língua portuguesa. Antônio Frederico de Castro Alves, o vulcão da poesia brasileira, o Cantor dos Escravos, o jovem vibrante e arrebatado pelos sublimes ideais, o amante da natureza, o patriota audaz, era tudo isso e muito mais: era um poeta!
Um ser que amava a lua e recitava versos nas tabernas à beira das estradas, em cujo coração, ardente e apaixonado, mesclavam-se inúmeros sentimentos. Nasceu em 14/03/1847, na Fazenda Cabaceira em Curralinho (hoje Castro Alves), na Bahia, e faleceu em 06/07/1871, em sua terra natal, vítima de tuberculose, doença agravada por um terrível acidente que lhe resultou em amputação de um dos pés.
Em memória do nosso poeta maior, um abraço fraternal a todos os que fazem da poesia uma profissão de fé!
Maria do Socorro Domingos