Mulher

Fêmea escultura impressa em poema que do beijo se ergue e se despe em metade cravada dos dias, na doçura da espada que cinge o corpo másculo de homem, no tirlintar de um sino estendido em silêncio e mar, fêmea que acende a poesia que se veste de aromas por entre os sentidos das palavras que abraçam o que se faz ser, que abarcam caminhos e desnudam-se de amor, mulher de olhos que brincam, sorriem e se machucam, sejamos! Mas sejamos por inteiro o desdobrar que do outro se liberta, alforriadas das renúncias e dos medos, sejamos! Sejamos estações (dessas)sossegadas de desejo, passos de um amor no crepúsculo, algas-marinhas de um prazer ininterrupto e inimaginável de mulher.