RIO DE JANEIRO

Rio eu não gosto de gostar de você

Sua beleza fere meus olhos, acostumados

Ao grotesco do cinza

Rio tuas imagens são luzes chocantes da beleza

Que emana do calor dos corpos bem cuidados

Quase um raio de sol, como aquele que te ilumina,

No entanto há suas casas empilhadas, nestes morros tão suplicantes

Porém nem eles te enfeiam, complementam,

O estranho paradoxo que grita por socorro

Rio, na verdade, tuas montanhas te abraçam

Como nós,

Numa delas há um Cristo de braços abertos,

Tão humilde, tão redentor

Olhando as enseadas e as paisagens ipanemicas,

Debaixo deste céu tão anil, contudo

Tu é um ser indefeso

Sensual e febril,

Um lindo cartão postal,

Com um irresistível pedido de amor!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 04/03/2015
Reeditado em 24/04/2015
Código do texto: T5158179
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