RIO DE JANEIRO
Rio eu não gosto de gostar de você
Sua beleza fere meus olhos, acostumados
Ao grotesco do cinza
Rio tuas imagens são luzes chocantes da beleza
Que emana do calor dos corpos bem cuidados
Quase um raio de sol, como aquele que te ilumina,
No entanto há suas casas empilhadas, nestes morros tão suplicantes
Porém nem eles te enfeiam, complementam,
O estranho paradoxo que grita por socorro
Rio, na verdade, tuas montanhas te abraçam
Como nós,
Numa delas há um Cristo de braços abertos,
Tão humilde, tão redentor
Olhando as enseadas e as paisagens ipanemicas,
Debaixo deste céu tão anil, contudo
Tu é um ser indefeso
Sensual e febril,
Um lindo cartão postal,
Com um irresistível pedido de amor!