SINOS DE BELÉM

Acabou a noite,

A festa se encerrou,

O pisca se foi e

A árvore já escureceu.

A rua deserta...

Não se houve mais o sino tocando

Nem de longe o clima de felicidade:

Garrafas vazias, mesas vazias, almas vagantes.

Um menino apenas, mais adiante, olhando longe...

Vem afoito, afaga os restos, quer tudo

Põe no saco, junta o líquido no frasco

Sai por aí...

Por aí, depois

que a noite acabou

que o sino cessou

que o frio chegou

a árvore escureceu

chegou a madrugada e cadê Papai Noel?

Sentou no meio fio,

Comeu a comida fria,

Bebeu bebida quente

E se viu aliviado...

Ali se virou, juntou papelão

Fez manjedoura e adormeceu...

Não viu a estrela no céu

Nem o carro do lixo passando

Acordou quando já era dia

Sentiu alegria de ali poder estar...

Não ganhou presente, já sabia

Não passou de ano, não pode estudar

Estava ocupado, procurando um canto para morar

Sorriu amarelo, se foi pelo mundo como se fosse pássaro

aprendendo a voar...