ROTA 40
ROTA QUARENTA
Estou dirigindo há anos este carro nesta estrada íngreme e sinuosa. Densas brumas insistem em fazer parte do cenário e as câmeras estão a cada vinte metros.
Como se já não bastasse, entre uma câmera e outra um pedágio, onde sou obrigado a deixar um pedaço de mim.
Até que enfim vejo ali na frente alguém para eu pedir informação.
- Oi, boa tarde, por favor, como faço para chegar onde sorrirei feliz e constante?
- A resposta do tudo é siga - assim a pessoa me diz -
A sinalização é oscilante, quando há
A única lei é ser feliz.
Guardas são os críticos, ignore-os já
Multas são as ofensas, rasgue-as, assim eu fiz
Não haverá prisão se você não entrar lá.
Câmeras são os olhos de quem quer que você desista
Pedágios são aqueles reivindicam sua posse, a escritura da sua alma,
Determinam seus dias, querem seus sonhos, resista!
É mentira aquele outro conselho... Não, não tenha calma!!!
Perturbe-se de dia e de noite e não esteja conformado
Agite-se! Mova-se! Acelere, solte os freios
Na descida, arrisque-se desengrenado
E na curva precipite-se sem receio
Passado o túnel depois da ponte...
O túnel do medo e a ponte invisível da fé
duas placas, conte
A primeira é uma placa de "Não Pare" e a segunda também é
Siga confiante e destemido: - Continuou o homem orientando
Olhei em torno e vi o que as brumas não permitiam que eu visse
O tempo todo eu estava cercado de amigos me acompanhando
Esperando que eu lhes permitisse
Onde, como, porque e quando
E por fim ele me disse:
- Também estarei zelando.