Mulher menina

 
Povoados de  muito amor
Eram os sonhos da menina
Longas tranças, olhos verdes
E um mundo por descobrir
 
Quis lhe dar o bom destino
Inteligência,  doçura e  tino
A pequena se destacava
Desde as primeiras letras
 
Sentia-se  porém  diferente
Em meio a tantas pessoas
Rapidez  nas idéias concisas
Que voavam feito  pássaros
 
Percebeu desde bem cedo
O  existir causava medo
Aprendeu cedo a silenciar
A guardar na alma  segredos
 
Na precoce adolescência
Talvez pelo  árduo  trabalho
Aliado ao aprendizado
Não viu o tempo passar
 
Subtraíram-lhe etapas
Adolescência, juventude
Enxergava o mundo rude
Duro  como bola de gude
 
A menina adormeceu
Juntamente com os sonhos
Fez-se mulher guerreira
Superou o eu tristonho
 
Entregou-se aos estudos
Priorizou   o conhecimento
Saiu em busca da verdade
Sem perder a simplicidade
 
Passaram-se algumas décadas
Colheu os frutos  do amor
Distante do  afeto sonhado
Vestiu-se de paz e coragem
 
Preparou-se para o mundo
Aprendeu  a se dar valor
A conhecer sua capacidade
Em benefício da  sociedade
 
Tornou-se  poetisa, escritora
De versos, causos  e contos
Vitoriosa hoje  comemora
Nunca achou nada pronto

Mas este não é o ponto
O norte desta  mulher
É o aprendizado constante
Que a  torna feliz, radiante.
 
No retrovisor da alma
Enxerga etapas passadas
E a evolução espiritual
Como algo que faz bem
 
Se prantear ou se sorrir
Pouco importa o sentido
Porque o encanto reside
No simplesmente existir.



Ana Stoppa
 
 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 02/03/2014
Reeditado em 04/03/2015
Código do texto: T4712537
Classificação de conteúdo: seguro
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