Somos sua extensão, África
Arrebatados de suas terras férteis,
e cheias de pura magia,
um povo se despede á força.
Como um bebê indefeso,
que é arrancado dos braços de sua mãe.
Mãe África.
Reis e rainhas desceram,
de seus tronos de glória.
E tomaram o cetro,
do sofrimento e do horror.
Olhos que cheios de malícia os levaram,
por mares nunca antes navegados.
Eles passaram ainda além da Taprobana,
apenas com suas lembranças,
nus e em perigos de morte,
mais do que prometia a força humana.
E entre lágrimas, suor e sangue edificaram,
o novo Reino, que tanto os colonizadores sublimaram.
Mãos negras que construíram um país-continente,
sob mãos maldosas, fortes e covardemente armadas.
E que durante as negras noites,
debaixo do sereno, da chuva e do frio.
O único canto que se ouvia,
era o estalar do chicote ferrenho.
Ainda se escuta um estalar estridente,
que insiste em fazer parte das pessoas.
O chicote que antes feria o corpo,
é hoje o preconceito que fere a alma.
O carisma, a ginga, o canto,
heranças que persistem no tempo.
Características enraizadas,
Fixadas em nosso cotidiano.
Talvez esse seja o motivo,
que suportamos tanto.
E que ainda temos força,
para levantar e sorrir...
Viva á Mãe África existente na veia
e no coração de todos os brasileiros!