Somos sua extensão, África

Arrebatados de suas terras férteis,

e cheias de pura magia,

um povo se despede á força.

Como um bebê indefeso,

que é arrancado dos braços de sua mãe.

Mãe África.

Reis e rainhas desceram,

de seus tronos de glória.

E tomaram o cetro,

do sofrimento e do horror.

Olhos que cheios de malícia os levaram,

por mares nunca antes navegados.

Eles passaram ainda além da Taprobana,

apenas com suas lembranças,

nus e em perigos de morte,

mais do que prometia a força humana.

E entre lágrimas, suor e sangue edificaram,

o novo Reino, que tanto os colonizadores sublimaram.

Mãos negras que construíram um país-continente,

sob mãos maldosas, fortes e covardemente armadas.

E que durante as negras noites,

debaixo do sereno, da chuva e do frio.

O único canto que se ouvia,

era o estalar do chicote ferrenho.

Ainda se escuta um estalar estridente,

que insiste em fazer parte das pessoas.

O chicote que antes feria o corpo,

é hoje o preconceito que fere a alma.

O carisma, a ginga, o canto,

heranças que persistem no tempo.

Características enraizadas,

Fixadas em nosso cotidiano.

Talvez esse seja o motivo,

que suportamos tanto.

E que ainda temos força,

para levantar e sorrir...

Viva á Mãe África existente na veia

e no coração de todos os brasileiros!

Ranyelle Augusta
Enviado por Ranyelle Augusta em 30/11/2013
Reeditado em 05/07/2021
Código do texto: T4592771
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