LEGADO DO HERÓI

(À Memória de Tiradentes Nosso Herói Maior)

Um corpo esquartejado

Memória desgastada, infame

Dependurado num poste

Seus pedaços a querer dizer: Primeiro passo...

Passo agora, às gerações futuras

As minhas desventuras

Também a minha ousadia

Pra qualquer dia, vir acontecer

Tardia liberdade, mas queremos ver

Recebam meu legado, no sangue banhado!

Eis o resultado de querer se imiscuir

De se rebelar contra negócios escusos

de um estado, status quo reinante!

Que como antes, ainda hoje esmaga valores

E os submete embaixo do tacão

E bota abaixo qualquer tentativa

De se libertar, de não pagar

As cotas dos colonizadores

Ainda hoje estamos pagando e nos revoltando

Impostos altos, escorchantes, revoltantes

Pra sustentar esses bons senhores!

Seguiu-se o exemplo do Herói Mineiro:

Pernambucanos da “Confederação”

O Frei Caneca que levou a breca

De querer autonomia, não querer patrão

No Maranhão, o Bequimão foi apanhado

Dependurado, pés fora do chão!

Rezando, mesmo, não estava, não!

E tal Balaio? Eu é que não caio

Na tolice de achar que estava com medo

Estava, sim indignado, foi sufocado logo, muito cedo!

E a gauchada, um pouco mais tarde

Decide então se separar, e proclamar

República de Piratini, ali no Rio grande

O motivo desta atitude, era os impostos

Bem contra a gosto daquele povo

Que só queria trabalhar, vender o charque

Do seu gado, com menos impostos

Queria também a proteção do Estado

Folgado, que lhe negava segurança

Na fronteira, contra ladrões de fora

Ladrões de dentro continuavam

A lhe cobrarem taxas bem altas, juros de mora!

Vou mudar de nome, que agora, é:

Abel José Da Silva Xavier!

Sobradinho-DF, 13-04-07-abello