29 de Julho
O concreto brotando do mato
Pedra bruta fincada no pantano
Torrente de óleo-negro derramado
E a romaria salvaguarda o engano
E nas incertezas da peleja ingrata
Aquece a terra, doce rimas de janeiro
Beija-lhe os pés a ousada fragata
Mastruz, dendê, manga doce e sabugueiro
E ao despir-se, aniversariante princesa
Exposta a beleza, despertara a cobiça
Gente besta que lhe roubara a veste
E como peste em ti plantara a preguiça
Hoje, debutante no tempo-engano
Enfim, acordas pra esta verdade fulgás
Ainda arrancando olhares de espanto -
Do óleo-negro, so restou-te o gás!