Mulher Folha e Amante Fuligem
Elemento de um só nó
vida vivida na vertente
dessa transitoriedade latente
Lida de levar a vida
No compasso a passar
Por caminhos só de ida.
Anda a incerteza do amor
Por caminhos tão distantes
Que dispersam todas as luzes.
A paisagem não sabe dizer
Se poesia é árvore ou fruto
Mas ela está a brotar e crescer.
Folhagem e fuligem
O poema queima a paisagem
Até o gozo refrescar o corpo.
A poesia é mulher ou amante?
Homem sem história talvez?
O poema não guarda a memória
Ele faz a sua própria história
Sem palavras, traços ou riscos
O poema retoma ao giz-de-cêra
De uma infância de cores
Para aliviar as dores
De quem nesta arte
Será sempre aprendiz.
(Poema escrito em comemoração ao dia Mundial da Poesia - 21 de março de 2007 - entrada da primavera no hemisfério e do outono no hemisfério Sul e Dia da Árvore)