PECADO SOCIAL - SENHOR, O QUE TE FIZ ?
Quantas vezes devo tê-lo dispensado,
Sem nada dar-te de comer, esfomeado?
Representado naqueles vagabundos,
Imundos, que passavam à minha porta,
Agora, que já se foram, nada mais importa!
Só me conforta confessar-te este pecado,
De ter negado o pão que em vão me pediam,
Quero alimentar todos os famintos,
Também de cidadania: dos céus, da terra,
Os famintos de justiça, que o peito a dor encerra!
Devo tê-lo visto em nudez forçada,
Pela falta de vestes, que fossem rasgadas...
Tomaram tua túnica, levaram-te a capa,
Da ganância, que avança, ninguém escapa,
Ficaste despido de tudo, continuaste mudo!
Não me constou que estiveste, antes, preso,
Nunca deveste nada, tomaste o lugar de outrem,
Nunca requereste nada a teu favor, mesmo na dor,
Masmorras cheias aguardam visitas,
Estar ali se torna profundo ato de amor,
Na verdade estavas ali, nas pessoas muito aflitas!
Sobradinho-DF, 03-04-07