A ESCRAVIDÃO
Na senzala, em silencio, o negro sofria.
Lágrimas deslizavam pela sua face.
Implorando aos céus, em prece, pedia
Que uma luz de consolo ao seu povo mostrasse.
Foram caçados em suas próprias terras.
Lançados em navios e acorrentados.
A liberdade, um ciclo que se encerra,
Escravizados pelo brancos eram maltratados.
A viagem seguia navegando a céu aberto.
Lamentavam e gemiam, corações em agonia.
O que podiam esperar? O destino era incerto.
Uns choravam, outros oravam, alguns morriam.
Em terra eram vendidos aos fazendeiros.
Pobres familias, antes tão unidas.
O choro, grito e lamento desses guerreiros,
Já não eram mais donos de suas próprias vidas.
A senzala tornou-se para eles um lar.
Cantavam à noite para esquecer a dor.
Obrigados na fazenda a trabalhar
Pagavam seus alimentos com o próprio suor.
Escavos açoitados, eram ridicularizados.
Jovens tão belas pelos brancos seviciadas.
Muitos fugiam e eram resgatados,
E no tronco castigados com muitas chicotadas.
Na senzala em silencio o negro chorava...
Aquieta-te meu irmão, aquieta teu coração.
A luz chegou, a que pedistes aos céus.
Acabou-se a escravidão, a liberdade chegou.
Deus enviou um anjo, a Princesa Isabel.
Chora negro, chora agora de alegria.
Esquece tuas mágoas, abre-te para o amor.
Os grilhões se partiram, há uma nova vida.
Não és mais escravo e só Deus é teu Senhor.
Arlette Santos