Obrigado por ainda me amar...

(21-03-2013)



Isso foi a nove anos precisos a próximos três dias... ou quem sabe por toda a vida reservado de antemão pelas graças do altíssimo... Preciso manter apenas duas imagens por toda a minha existência...a de meu pai maior me conduzindo lá pequenino e pela eternidade e de meu anjo terreno de amores que me diverte, regozija, delibera e sopra bênçãos sublimes.
Quero apenas ser manso para continuar a crer nessa nossa verdade incrível de cumplicidade e sem limites do valor das crenças e da simbiose de dois seres, que praticam os mais altos voos rumo a eternidade, junto do apoio daqueles que mais amamos, daqueles que sempre nos apoiaram e continuam através dessas linhas a superar tudo e todos, a sorver os males como se nada fossem, a sermos maiores e melhores a cada passo, a cada olhar de nossos corações vibrantes apaixonados, mutuamente ligados pela tênue luz divina que abraça e conforta, transbordando esse verdadeiro cálice de águas cristalinas que delibero agora... não posso alcançar as letras certas nessa hora, se é que um dia alcancei... tudo agora é nada e o nada agora é perfeito, pois os dias que se passam são melhores e como se primeiros fosses ao toque de peles, ao cruzar de olhares e mesmo nas divergências fortuitas, eles se abraçam e vivem a real intenção de Deus... o amor verdadeiro, aquele que nada pede em troca, o que santifica, o que purifica.

São como as vestes divinas
Rolinhas arfando ao vento
Rezo em torpor de maravilhas
Prostrado a nós, dedicado, sedento...

São minúcias do pensar
Aquele que me leva a amar
Tão naturalmente assim
Como última flor de jardim...

Flor esta já perdida no Éden que aceita como cerâmica ou vime, o tema dessas bodas nonas, onde o tempo é mera contagem, e o vácuo da ilusão se perde no passado e me embriaga propositalmente...
Obrigado por me amar perante a todas as aparentes catálises de humor.
Me ame mais um dia, pois é aquele que pode ser melhor, pela surpresa.
Me assole de amor, já que o açoite é ínfimo ao prazer de te amar...
Me suavize os lábios por amor, já que o mirar profundo desse olhar é como o Olimpo...
Regue-me com o cajado de vida longa, para que a ânsia de te amar seja plena e duradoura. Todavia com bastante água, daquelas de teus olhos, para que seja intensa e legítima também.
Entregue-me a chave dos louros da glória, já que só tu é capaz disso para mim.
Cerre ainda os meus olhos para dormir, mas os abra no dia seguinte para que eu possa te ver de novo...
Segure a minha mão eu peço, nos suspiros e martírios do dia-a-dia.
Adoce o meu dia com sua voz, assim todos os demais sons serão suaves... só a tua voz...
Exija-me que galgue postos altos, só assim posso te abençoar lá de cima... e ver devolvido aquele mesmo olhar do primeiro dia.
Seja meu por excelência e convicção e todo o resto me será acrescentado.
Que o eu seja nós, e o nós a completude.
E finalmente me poupe de despedir-me de ti, eu suplico, busque o féretro a mim antes disso... e me conduza a minha terra sagrada eternamente.
Suplante então o meu peito morno e comedido... pois dele preciso exumar-me e renascer para ti.
Não posso sonhar com efemeridades e fugacidades, já que nem o todo pode te definir...
Que essa sadia dependência seja o selo ou a cereja, o que conserva ou adorna.
Vida minha, mais um ano. Obrigado por me amar...

24-03-2004... a 24-03-2013... 9 anos nós três... você, eu e nosso amor...
***

Adam Poth
Enviado por Adam Poth em 22/03/2013
Reeditado em 24/03/2013
Código do texto: T4201442
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