Bendito o glorioso dia!
Um dia o negro sofreu pelo que não devia
Era escravizado e vendido como uma mercadoria
Atrocidade feita por homens sem coração
A cor da pele germinou a mais cruel escravidão!
Uma vergonha eterna para a humanidade
A aparência foi o sinônimo de perder a liberdade!
Corações insensatos castigavam os inocentes
Eram chibatadas e mãos presas por correntes
Dormiam em senzalas sujas, numa triste condição
Alimentados uma vez por dia com uma vil refeição!
Trabalho árduo de sol a sol; como castigo um açoite
E triste e sem ação o negro chorava de dia e de noite!
Diante de tanta injustiça e violência surgiu a capoeira
Uma dança contra a opressão que levantava a poeira
Um meio de defesa disfarçado em alegria ali surgia
Com malicia e gingado o negro dançava e se defendia
Os escravos sofreram e choraram lagrimas de sangue
Que Deus afaste de nós algo que seja semelhante
E fica o lamento do que sujou para sempre o nosso chão
Bendito o dia glorioso em que foi abolida a escravidão!