Música (O Compositor)

A Arte é a beleza e a proeza de esculpir o ardor.

Música é simplesmente uma questão de ordem e disciplina.

(...) Tentar buscar tal perfeição dessa necessidade especulativa

E imperiosa, que é a serva da vontade criativa...

Predominante unicamente em melodia e harmonia...

Descobrimos a riqueza que nela existe.

Entramos em sintonia mais profunda com o absoluto. (...)

O Compositor

O compositor usa sua imaginação,

Gerando emoção sobre o eco invocativo.

Ele manifesta o processo criativo,

Transformando em arte esta simples inspiração.

O espírito flutuante traz a canção,

Num movimento inefável de liberdade,

Adornado de cores e expressividade.

As melodias ecoam suavemente,

Como uma onda leva o barco livremente,

Num equilíbrio de pura sonoridade.

O compositor observa cada trecho

De sua obra, temperando com nuanças,

Num estilo próprio, e vai compondo mudanças,

A ponto d’elevar su’alma em cada entrecho...

O mágico contraponto embeleza o trecho.

O espírito está dotado de conhecimento...

Trespassa o processo no mais belo andamento;

Nos belos elevários, trilos e mordentes,

Accelerando e improvisando os incidentes...,

Nos esbarros acidentais — fecha o desfecho. (...)

Poema da Música

Este poema com protofonia,

Tético, que nos faz crescer...

Traz consigo toda a harmonia;

Maior beleza não se pode ver.

Divina Música cromofônica,

Arte-mor que no mundo impera,

Harmoniosa cadência polifônica,

Compondo a “Música das Esferas”.

Notas que nos ligamos

Nas ligaduras das casas separadas

Em duplos pontos de aumento?...

Dobrando e desdobrando compassos,

Dobrados e alargados largos.

Cadenciamos uma melodia efêmera...

Com Breves, com Fusas figuras curvas.

Ritmamos os ritmados compassos

E fermatamos na pausa do silêncio...

No silêncio que alonga a longa espera.

Ó Música bela que nos faz levitar...

Ó Música amada que nos faz sonhar...

Ó Música ardente que nos faz chorar...

Ó Música majestosa que nos faz delirar!

Lá no Sol nascente que se sente quente...

Deslumbra a consonante impressionante.

O tom remi-la o elevário trilo e mordente...

Mordente que dissona a ondulada ardente.

Naquele ad libitum concerto da ópera oscilante,

Jorraram desconcertantes frases dissonantes...

Na ressonância com discordante consonância...

A Sinfonia se encanta na linguagem da Melodia,

Na linguagem da Harmonia que fascina a Fantasia.

Si, Mi Ré Fá Lá Dó Sol, que realiza a elevada proeza

Na imensidão d’uma ilusão que invade tanta beleza.

A Melodia, em andamento solene, sonora e graciosa

Valsa, Balada, Cantata, nostálgica e Poética Serenata...

Profunda Sonata ao Luar, Prelúdios e Fugas de Bach.

Mi Fá Lá das notas que marcaram os tempos fracos...

Tempo Acéfalo, Anacrúsico em antecipados compassos;

Mozarteamos com a Flauta Mágica deslumbrantemente...

Mi Ré fletem emoções resplandecentes e envolventes...

Si Ré harmonizam com Fusas e Semifusas figuras confusas.

Paulo Costa (Pacco)

Pacco
Enviado por Pacco em 07/10/2012
Reeditado em 07/10/2012
Código do texto: T3920304
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