Este dia é um marco importante.
Marca o início de um ano definitivo.
Minha saída do infinitivo.
Será tudo, ou nada.
Tenho que fazer tremer as arquibancadas,
Orientado pelo relevante.
O ano que terminou, passei brigando com a solidão.
Resolvi assumi-la, integrá-la ao meu chão.
Cheguei a pensar que não daria mais um passo,
Sozinho.
Entretanto, o lirismo preencheu-me o ninho.
É o meu abraço.
Obriga-me a relevar
E voar!
Entendi que, como eu suspeitava,
Incandescente clava,
Era, um pouco mais claro, em meu destino,
O som dos internos sinos.
Pedaços de mim,
Pereceram em Paraty, sim!
Não deu para salvar tudo,
Que era para constar em meu mundo.
...Precisava ter trazido para a Bahia,
Para terminar de compor a sinfonia...
Penso sempre, que é melhor,
Produz um resultado maior,
Lidar com a realidade,
Em sinceridade,
Com todas as cartas na mesa.
Mesmo que nos causem alguma estranheza,
Algum desconforto.
É necessário, para dar veracidade ao rosto.
Deixar-se iludir,
É se diminuir.
Itacaré está me fazendo pensar ampliado.
Provou-me, que é uma benção, ser arrebatado!
Pude provar aqui, por sobre as sequelas,
Cores inimagináveis desta artística aquarela.
Devolveu-me, do menino, as certezas,
A preciosa pureza:
Mola mestra de minha arte,
Do Universal, que em mim arde.
Encontrei a explicação
Para este tipo específico de pulsação.
Imediatamente, a direcionei para a multidão,
Encorajado pela evolução,
Pelo seu irrequieto batimento,
Sempre disposto a se expandir em belos sentimentos.
É este incrível processo evolutivo,
Que me induz a espalhar poéticas flores, pelo caminho.
Música indicada:
"Trampolim"
Maria Bethânia