O Sonho de uma Criança
Sou uma criança nascida sem primavera
Sem alegria, sem amor, apenas gerado.
Tenho um mundo à minha frente
E sem cuidados, tenho medo.
Choro. Pois sou apenas um menino.
Chora minh’alma,
Meu coração precisa
De um pouco de amor materno
Da gleba perdida!
Onde Senhor acharei essa terra!?
Para que não morra,
Pois sou apenas uma criança.
Como desejo qualquer canto!
Qualquer terra, ainda que deserta,
Mas que me acolha. Um peito.
Uma gleba atoa. Um coração de mãe!
Quero o coração de qualquer mulher
São tantas, Senhor!
Quero uma mãe!
Que me regue com carinho,
Antes que menino morra, me perca.
Preciso de uma mãe!
De amor, afago, de calor, de colo!
Meu Deus! Como sinto frio.
Como sou sozinho!
Pode ser humilde!
Eu não me importo.
Pode ser outona!
Com muitas primaveras.
Que tenha brotado o amor materno
É o bastante.
E que possa alimentar um coração faminto.
Que regue com cuidado e desvelo
Esse broto sedento.
Que faça feliz esse coração entristecido,
Que forme um homem!
Que diga: Filho!
Que eu diga: Mamãe!
De coração altivo.
Que num futuro próximo eu possa:
Dá-lhe alegria por gratidão!
Poder dizer o quanto sou feliz!
Por ser amado. Por ter mãe!
E num momento de sublime amor
A ti dizer: Mulher! Mulher mãe!
“Amo o pedaço de terra que tu és”.