Fortaleza iluminada
Ocupada e esquecida na então Capitania
Eis a história lusitana dessa Terra
Que foi cobiça Imperial com lutas e clamor
Sob expedições e conquistas através de guerra
Aos braços fortes de escravos e indígenas
Muralhas se ergueram no período Provincial
Um Forte denominado Schoonenborch
Por holandeses, fez-se marco em construção
Rebatizado depois: Nossa Senhora da Assunção
Quão grandiosos Fortim de São Tiago e São Sebastião
Liberdade desprendida de portugueses
Repartição desmembrada de Pernambuco
Onde bravos combatentes expugnaram holandeses
Antes de Cabral, território ambicionado
Por espanhóis. Salve o Tratado!
Origens margeando a ribeira do riacho Pajeú
Donde sombra e nostalgia viageiam ao doce sabor do caju
Se tantos revolucionários, com rebelde covardice, a ultrajaram
Dores abreviaram-se então. Sonhos e alcances recuperados
Pós revoltas e libertações, honras grafam-se em tua imagem
Nada mais atingirá o teu brasão, pois tens: Força, Valor e Coragem
Nem mesmo o conteúdo de insuficiências sociais
Nos endereçamentos do teu mapa
Também não: feridas torpes, demagogia, apolítica...
Irão sucumbir a tua porção terrestre de riquezas naturais
Suado orgulho do nordeste brasileiro
Das cores exuberantes do céu, do sol e do mar
De agro temperado e cultivado com amor
Substâncias enriquecidas
Que a natureza oferecida, fez doar ao lavrador
És poema em verso e prosa
Oh! apraz canto da jandaia!
Torrão centenário por soberana Real Coroa
Ladeia-se se ao romântico litoral atlântico
Que em outrora foi Nova Lisboa
Do passado enfeitiçado até à Praia do Futuro
Aldeia, sereia, artesanatos e mares bravios
Oh! Lendário e guerreiro Dragão do Mar !
Aportaram estrangeiros, entre negreiros, tantos navios
O fruto do mar, teu cheiro, teu alimento
São destilados deleites, sabores ardentes
Na serena enseada das ondas do Mucuripe
Desafios e lendas no coração do jangadeiro
Onde bem quis ali, o amor habitar primeiro
Adornada com praias de águas verdejantes
De clima abrasador, sempre é verão
Mas que têm arrefecimento pelo vento aracati
Onde viver é bom, provas de: Potyguaras, Tremembés e Tupis
Da nação Tabajara, na grande Serra Ibiapaba
Presenteou a demografia com sua beleza em poesia
Sob tradução literal outrora escrita: chegou a índia Iracema
De cabelos negros, e lindos lábios de mel
Selvagem, campeou, nas densas matas do Ipu
Luzindo a terra do sol feito estrelas lá no céu
Fortaleza iluminada pelo espírito astral
Onde a mulher rendeira tem sorriso universal
A jangada, o pescador, arquitetura e verdes coqueirais
És condão do habitante, e o visitante deseja um pouco mais
Produz humor próprio e singular
Tens na alma a literatura alencarina
Sustenta jeito jocoso de juventude e atemporal
Do maracatu ao folguedo dos ancestrais
Nas tradições culturais, ritmos, teatro e carnaval
Capital que se orgulha pertencer
Entre as primeiras, uma Província aderente à República
Estado libertante de escravistas, foi primeiro também
Fortaleza da “Capitania Siará”, e sesmo por doação
Até conquistar autonomia
Integrou-se com o então Estado “Grão-Pará e Maranhão”
Logradouros enlevos, rios, lagoas e praças históricas
Areias nuas, dunas brancas, curvas sinuosas
Inspiram trovas em noites de Luar
Fortaleza é assim: reluzente terral, Capital do Ceará
Salve o dia 13 de abril de 1726 !
* 286 anos em 2012 *