AQUI NASCE UMA MULHER
Quanto tempo habita uma mulher nesse corpo desajeitado e tenso.
Há um ser que se movimenta e dissocia a cada passo.
Tem uma pelve, um sexo, pernas, braços, quadril, tudo fazendo parte do todo.
Quanto tempo essa mulher está presa pelas convenções sociais, sexuais,
E desde cedo essa mulher ganhou um nome e personificou-se com uma imagem que nem mesmo ela conhece, ela desconhece seu caminhar, seus movimentos ombro-pelve.
Agora dona de si, ciente da sua e só sua identidade, ela ganha forma e tem cor.
Agora sim, uma mulher como se deve ser, fora de todas as convenções e apenas, somente e apenas dentro de si. Dentro e dona de um corpo que lhe é um templo de oração.
Texto inspirado no livro "O corpo tem suas razões" de Thérese Bertherat.