AQUI NASCE UMA MULHER

Quanto tempo habita uma mulher nesse corpo desajeitado e tenso.

Há um ser que se movimenta e dissocia a cada passo.

Tem uma pelve, um sexo, pernas, braços, quadril, tudo fazendo parte do todo.

Quanto tempo essa mulher está presa pelas convenções sociais, sexuais,

E desde cedo essa mulher ganhou um nome e personificou-se com uma imagem que nem mesmo ela conhece, ela desconhece seu caminhar, seus movimentos ombro-pelve.

Agora dona de si, ciente da sua e só sua identidade, ela ganha forma e tem cor.

Agora sim, uma mulher como se deve ser, fora de todas as convenções e apenas, somente e apenas dentro de si. Dentro e dona de um corpo que lhe é um templo de oração.

Texto inspirado no livro "O corpo tem suas razões" de Thérese Bertherat.

Lari Soares
Enviado por Lari Soares em 08/03/2012
Reeditado em 17/09/2017
Código do texto: T3542635
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