SODADE DO SERTÃO     Para Ciranda Poética  de Festa Junina
Nadir A. D’Onofrio

Tempo bão, nóís viveu foi no sertão,
Tardinha te esperava,
Banho no riacho tumava.
Dispois, pelado nóis curria,
Por quele verde pastão,
P’ra se enroscá lá no paió...

Ocê ficava aperreado,
Dos meu vestido pertado.
Dizia queu só queria,
Me amostra prô seus peão...
Eitaaa home que isso?
Fiz isso, nunca não...

So munhé só de ocê,
Num tenho zóio, p'ra otro não...
Mai me alembro, bem é da,
Tardinha chuvosa,
No dia que te falei...
Que ciumera é essa?

Par de choramingá home!
Vamu logo se cruzá..uai....
Ocê num vê, que a noite já tai?
Dispois nessa baita escuridão,
Tê que pula por riba da cerca...
Me arranhá, no farpadaõ.

Lembra na úrtima veiz?
Ocê ficou lá, todo enroscado
Disse que quase perdeu as bola...
Dispois atravessamu o pasto molhado
Escorregando nas bosta dos boi...rsss...
Sodade...que sinto lá do sertão...

11/05/2005
Santos/ SP

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