Pessoalmente falando
Meu coração
Comboio do imaginário sentir
Que por minhas mãos
Impõe-se à realidade
Dividido entre ter a razão
E não me pertencer.
Fingimento-verdade
Em completo e profundo
Movimento de ir
Em busca do não visto
E vivido.
Vivência alheia,
Outramento mimético do mimesmo,
Rodopio radical,
Racional...
Quem me lê
Não me vê,
Sente em si
Minha vida
Como sua.
(Releitura de “Autopsicografia”, de Fernando Pessoa, publicada na coletânea "De Pessoa para Pessoa, Ed. Litteris)