NOITES JUNINAS

Lêda Torre

Como dizia o poeta...

naquelas tardes fagueiras,

buscar as nossas madeiras

para fazer a fogueira, era nossa meta!

Como é gostoso lembrar!

das noites de São João;

lindo era ver subir o balão...

e o resto da noite brincar!

Quanta lembrança boa!

daquele tempo infante e feliz!

era noite de Santo Antônio,

de São Pedro ou São João!

quem viveu é quem diz,

hoje resta apenas sonho...

das noites juninas do capitão!

Passava fogo a criançada,

cumpade daqui, cumade de lá...

lá vinha a noiva toda arrumada,

e logo mais o noivo pra se casar.

Os rojões, o espaço invadiam...

era das quadrilhas a vez,

depois o casamento caipira;

como aquele padre, ninguém nunca fez.

Quem esse tempo viveu,

quanta abóbora na brasa assada,

com casca e tudo era a batata e canjica, ó meu

tanto mingau, tanta farofada!

O mungunzá, era o mais pedido!

o arroz doce também,

o pé-de-moleque ficou como o preferido,

o arroz-de-cuxá, eita, só na nossa terra tem!

Os jovens queriam muito, dançar!

os idosos, queriam bailar, e por que não ?

que grande confusão! as crianças o trac soltar...

o negócio mesmo, era curtir as noites do bambalão!

Ainda não se falou no nosso boi;

nem da Catirina, nem do Pai Francisco!

ela, grávida, desejou comer a língua dele, e se foi...

coitado do Pai Francisco, o Chico...

Era o jeito o bovino sacrificar,

Pai Francisco amava sua Catirina,

pensou tanto, no seu boi preferido... matar?

era desejo de sua amada, sua menina.

E a história prossegue....

todo ano de São João...

dê um final a esta história, ou negue,

quem não faria a vontade do coração?

São Luis.06.06.2011

Lêda Torre
Enviado por Lêda Torre em 16/06/2011
Reeditado em 17/06/2011
Código do texto: T3039365
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