O Morte da Utopia
O jornal, a televisão, a inesperada notícia.
O mundo inteiro de olho grudado na mídia.
O violento protesto no canto esquerdo do vídeo.
A marreta pesada. A revolta de poucos,
de muitos temeroso brando e grito.
Repentino ataque ao muro imponente,
seguido de estridente rugido de bicho.
A força bruta. A fome faminta devorando
o aço maciço e o duro ferro torcido.
Do alto do muro pedaço de bloco
e bloco inteiro caindo.
Do outro lado, o sofrimento sofrido de muitos gemidos.
A longa espera do inesperado dos últimos suspiros.
O comunista, a surpresa, inacabado sussurro
seguido de tenebroso silêncio.
A lágrima escorrendo no rosto.
O reencontro sonhado de antigos
sonhos de muitos velhos amigos.
O encanto do encontro histórico
do abraço apertado do povo oprimido.
A alegre alegria da festa festiva da pátria,
a esperança futura dos filhos queridos.
A bandeira vermelha o martelo e a foice
no alto do pavilhão tremulando ao vento.
A injustiça, a opressão, a cortina de ferro,
como fumaça, no horizonte sumindo.
A velha utopia embaixo do muro,
temida fera ferida ainda rugindo,
como porco sangrado...
sem esperança de vida!
aos poucos morrendo.