O Morte da Utopia

O jornal, a televisão, a inesperada notícia.

O mundo inteiro de olho grudado na mídia.

O violento protesto no canto esquerdo do vídeo.

A marreta pesada. A revolta de poucos,

de muitos temeroso brando e grito.

Repentino ataque ao muro imponente,

seguido de estridente rugido de bicho.

A força bruta. A fome faminta devorando

o aço maciço e o duro ferro torcido.

Do alto do muro pedaço de bloco

e bloco inteiro caindo.

Do outro lado, o sofrimento sofrido de muitos gemidos.

A longa espera do inesperado dos últimos suspiros.

O comunista, a surpresa, inacabado sussurro

seguido de tenebroso silêncio.

A lágrima escorrendo no rosto.

O reencontro sonhado de antigos

sonhos de muitos velhos amigos.

O encanto do encontro histórico

do abraço apertado do povo oprimido.

A alegre alegria da festa festiva da pátria,

a esperança futura dos filhos queridos.

A bandeira vermelha o martelo e a foice

no alto do pavilhão tremulando ao vento.

A injustiça, a opressão, a cortina de ferro,

como fumaça, no horizonte sumindo.

A velha utopia embaixo do muro,

temida fera ferida ainda rugindo,

como porco sangrado...

sem esperança de vida!

aos poucos morrendo.

Jaíres Rocha
Enviado por Jaíres Rocha em 11/06/2011
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T3028025
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