Nascer de um poema - Dia Nacional da Poesia

Olho a folha branca,

vazia,

querendo um poema.

Olho a caneta,

com tinta

azul? vermelha? preta?

Olho a lapiseira. A borracha.

Uma inquietação me domina,

quero, preciso de um poema meu

nascendo sobre este papel branco...

feito de árvores mortas...

Escuto o meu silêncio...

Dentro de mim há um livro,

um livro de poemas

como este,

que espera o momento sideral

de conjunturas numerais,

espirituais, cabalísticas

de que não entendo nada,

para vir a lume.

Sorvem de mim

a alma,

e no papel

parecem libertados.

Tento em vão fechar meu livro

prender meu poema.

É tarde,

outro poema já está a caminho.

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