Da Feira do Livro
O laço do campeiro
é vento nas tolderias,
reboleando poesias
na dança do braseiro...
No canto fandagueiro,
nostalgias de chilenas,
de louras e morenas,
picumã e candeeiro!
Que pare o tempo!
Que pare o vento!
Fecho os olhos...
Luzes esvoaçadas
evocam alucinantes
palavras lancinantes
de um instante eterno...
Sentido efêmero
sob o toldo da Feira:
a festa passageira
do verso fraterno!
Abro os olhos...
Volta o tempo!
Volta o vento!
Soa o bombo do toldo
anunciando a poesia,
que é como carícia
brisa e bonança:
passa ligeiro
como vento pampeiro,
mas deixa lembrança...
São Gabriel, 26/10/2010