Descobrimento do Brasil

Uma criança nasceu à margem do Oceano Atlântico

abençoado pelo deus tupã.

Trazia nas mãos a semente de um novo mundo

e no coração o sol da manhã.

Pequeno mas já sabia o seu destino

à luz dos seus descobridores.

Como pai, a insensatez dos mares,

como mãe, a cobiça dos condores.

...E abriu todas as portas a uma nova língua

veio decifrando o mêdo e a desconfiança.

Mentiras que matavam com armas de brinquedos

fundindo duas culturas numa só aliança.

Derrepente a criança já era adolescente

moldado pelas mãos dos Jesuítas.

Nos olhos o brilho das esmeraldas

e no coração a bíblia dos altruístas.

E uma voz vinda da Europa

ecoava de suor, lágrimas e escravidão.

Faminto o dragão do capitalismo

saciava-se do índio de pé no chão.

Mas, o índio filho da terra

não servia à corrente nem a sensala

escravo... somente da fauna e da flora

a mercê da cobiça tirada das malas.

...E a gaivota atravessou os mares

trouxe no bico o verão depois do dilúvio.

As aguias com as sementes do Pau-brasil

plantavam sobre as cinzas do versúvio.

O menino atrevido queria maturidade

dono de cada pedaço desse chão.

Hereditáriamente trazia cravado no peito

a herança que seus filhos um dia teriam na mão.

...Já adulto ser guerreiro era inevitável

pintado para guerra em nome da paz.

Quando já cansado, ferido da luta

entregou o Brasil aos seus ancestrais.