Cinquenta vezes
A cada passo, aprendizado.
A cada dia, recomeço.
Ao romper o horizonte do sol o raio esperado,
Sonho adiado,
Vida ao avesso.
É estar mais perto, cinqüenta vezes
E cinquenta vezes, mais bela, mais faceira.
Tendo construído cada degrau, aos poucos como os meses
Cada pedra, pisada como a primeira.
Olhando ao espelho ver-se madura
Olhando a si, ver-se inacabada
Ver que nem todo o tempo comporta
Dura, a vida enviesada.
Aprender que sempre é começo.
Aos cinquenta, com rugas ou sem elas
É princípio, bem mais corrigido, sem preço
Ao mar apenas o subir das velas.
Charlene França 17/06/1020
Concorrente ao 4º Premio UFF de Literatura