O SORRISO DO OUTONO



Chegou na paz de uma noite, com lua cheia , e aromal.
No ar leve canção doce enamorada vibra sentimental.
Em meu coração poeta, acendeu uma chama quase fatal,
E contente vi que nasceu terna, e equilibrada a estação outonal.


E ela veio vestida assim; bela e sem segredos, acordada pelo tempo.
Soluçando lenta a carregar as folhas e flores mortas, perdidas,
Cantando cantigas de chuva, que se derrama e se esvai pelos beirais,
Beijando e lavando minha alma me tornando mais delicada, feminina.

E é suave o seu murmurar que mansamente escuto agora,
Pois todas as coisas se calaram; água, pássaros, e até o vento,
E no cálice onde a alvorada deixou uma lágrima bendita rolar,
Um sossegado outono sorriu com ar morno e sonolento.

SALVADOR. 06//04//2010
DOCE VAL.
MAIS UM OUTONO.


Divino canto que minha alma invade, assim ele chegou
Nestas vozes que ouço, por que envolta estou em alforria,
Irradiando contraltos de pura felicidade, estação singular,
É mais um outono de plenitude, bonança e harmonia.

No teu cantar começa novo ciclo, é vida se renovando,
Como um coro de anjos, com aromas de amor desperto,
No afã da jovem manhã, no sol do meio dia, ou poente,
Elevando aos corações a alegria, na amplidão, liberto.

E quando vem a noite risonha, sonhando seu próprio sonho,
Arco-íris de felicidade, outono livre e belo como cometa desperta,
Nas cidades, jardins do universo, onde tudo são flores e poesia,
Nas ruas, ébrios de esperanças, andam o outono e os poetas.


Salvador///29//05///2010.
Doce Val.

Para Ciranda de Maysa
Mais um Outono.