DOIS MIL E DEZENOVE DESEJOS
 
No Ano que vem, desejo
Que sonhes menos com felicidade
E vivas com ela uma realidade;
Quero que tenhas menos fé em dias melhores
E certezas até nos teus arredores;
Proponho que menos contemples a Natureza
E mais trabalhes em sua defesa.


No próximo Ano, desejo-te
Menos enlatados,
Mais vestes artesanais,
Menos embalagens plastificadas;
Mais trilhas, nascentes e arraiais,
Menos tragédias na TV,
Mais respeito pelos ancestrais,
Menos tramóias por um cachê,
Mais amizade pelos demais...animais.

No ano que vem, quero que tenhas
A gratificante experiência de ver
O pôr-do-sol na Praia do Jacaré;
O prazer campestre de ouvir
O piado de uma I-nha-bu-a-pé;
A grandeza de poder falar
Ao ouvido de um Chimpanzé.


No próximo ano sugiro que renuncies
À febre dos eletrônicos,
Ao luxo dos couros macios,
Às penas de aves raras:
São hábitos anacrônicos!
Anacrônicos também são
As derrubadas de árvores,
Aves engaioladas,
Cães abandonados,
Cavalos escravizados.

Atual é saber que a nossa lua
É apenas uma das milhões de luas
Que vagam por aí.
Moderno é ser gari:
Catar lixo nas ruas,
Limpar lagos e rios,
Onde bebem nossas reses;
E topar esses desafios
Duas Mil e Dezenove vezes.


Abraços efusivos...


(direitos autorais - Lei 9610/1998)
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 04/12/2009
Reeditado em 30/12/2018
Código do texto: T1960886
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