Dia do Médico – há pouco a comemorar!

A medicina – arte que abraçamos – avança

De forma inexorável, em conquistas e inovações tecnológicas

Na descoberta de novos procedimentos e terapêuticas

No decifrar do código da vida – o genoma

Com tanto progresso e desenvolvimento

Alcançados ao longo de séculos desde a anatomia de Galeno

O médico – figura que ainda goza de respeitabilidade na sociedade

(cujos pleitos são ignorados pelo Estado, explorados pelos seguros e planos de “saúde”)

Paradoxalmente, exerce sua arte no limite da sua dignidade

Sequer o ato médico tem a sua regulamentação em lei definida

Tampouco o esforço hercúleo de cuidar do bem mais precioso – a saúde

Tem a retribuição justa do seu trabalho em prol da vida

Médicos, de cuidadores passam a merecer cuidados da sociedade

Males omitidos, negados (ou sequer admitidos) pelos próprios médicos

Como o crônico estresse, as longas jornadas sem pausas, sem lazer ou ócios

O escasso tempo para se atualizar, assistir pacientes e tomar decisões

As oscilações do humor – ansiedade, depressão – as frustrações

Tornam a pessoa do médico especialmente frágil

(apesar da postura eivada de mitos e crenças equivocados de certa “imunidade”)

A buscar compensações para o combalido corpo-mente, em busca da alteridade

As dependências têm assim campo para se estabelecerem nesta vulnerabilidade

Por isso, estejamos atentos a cuidar de nós próprios e buscar ajuda de forma ágil...

AjAraújo, poeta e médico humanista, dedicado aos médicos em 18/10/09.