Alfabeto da mãe
Mãe...
Se ao AMAR me permitisse
E o coração abrisse
Se ao BEIJAR me acalmasse
Ante o pranto cessasse...
Se ao CALAR me silenciasse
Ante o outro que falasse
Se ao DOAR me ensinasse
E a solidariedade despertasse...
Se ao ESTUDAR me estimulasse
E o conhecimento transformasse
Se ao FALAR me orientasse
Ante a palavra ecoasse...
Se ao GOSTAR me convidasse
Ante a dança vital bailasse
Se ao HARMONIZAR me tocasse
E a música acalentasse...
Se ao IRRADIAR me iluminasse
E a caminhada prosseguisse
Se ao JULGAR me fizesse
Ante o grito da justiça clamasse...
Se ao LEMBRAR me sensibilizasse
Ante a chama da sabedoria inclinasse
Se ao MEDITAR me silenciasse
E a fé buscasse...
Se ao NOTAR me sentisse
Ante a dor enfrentasse
Se ao OUVIR me demonstrasse
E a acolhida estimulasse...
Se ao PERECER me deixasse
E a semente continuasse
Se ao QUERER me desejasse
Ante a flor colhesse...
Se ao REZAR me estimulasse
Ante a chama vital renovar-se
Se ao SOFRER me inquietasse
E a dor do mundo enfrentasse...
Se ao SORRIR me mostrasse
Ante a emoção da vida expandisse
Se ao TOCAR me permitisse
E o sentido de humanidade percebesse
Se ao UNGIR me purificasse
E ao espírito de luz levasse
Se ao VERTER me irrigasse
Ante as lágrimas o amor transbordasse
Se ao XINGAR me apontasse
Ante os dramas mundanos blasfemasse
Se ao ZELAR me protegesse
Ante os infortúnios o desafio enfrentasse.
AjAraújo, o poeta homenageia a mama e a todas as adoráveis mães dos leitores.