Meu velho 
 
Teu olhar cansado,
Tuas rugas expostas
E pra a mim a resposta
Dos anos passados
Das lutas sofridas
Umas perdidas
Outras vencidas
Das lágrimas choradas
Ou contidas.
 
Seu andar trêmulo
Na mão uma bengala.
Já um pouco surdo
Seu olhar turvo
No coração a certeza
De que o tempo
Deu-lhe o tempo
De ver os frutos dos frutos.
 
Sua fala ofegante
Compassada, pensada,
Experimentada
Que os anos lhe deram
Faz-me debruçar
Em seus braços
Sentir seu abraço
E a Deus agradecer 
Por ser feito de você
Meu pai, meu velho
Meu grande amigo.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 07/08/2009
Reeditado em 07/08/2009
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