PORTO ALEGRE

Em Porto Alegre, naquela capital querida

Com menos de dez graus, no frio

Reuniram-se à beira do rio

As pessoas que preparam comida.

Falou-se de café, de leite e de pão

De churrasco, de massas, de vinho

Que lá se faz com carinho

Às vezes com uma cuia na mão.

Ralhou-se as leis dos mais fortes,

Dos desocupados e dos demagogos

Que querem nos fazer de bobos

Ou de marginais de toda sorte.

Falou-se tanto em comunicação

Que um presidente ficou rouco

Duzentas e quarenta cidades aos poucos

Se irmanam sobre o mesmo refrão.

O que compensa nossa atividade

É servir e dos clientes receber amor

Devolver as pedras que jogam no setor

Mostrar a todos o poder da unidade.

Bodegueiro deve ter orgulho natural

Servir com prazer, com o coração

Porque é nessa nobre profissão

Que se trata o diferente como igual.

Balcão de bar sendo dele o dono

É pra quem gosta e não é aventura

Porque tratar bêbado com ternura

É virtude, ainda mais com sono.

Mas vamos falar do Rio Grande

Da festa, do local, do programa

Da eficiência que lá se derrama

Do calor que no frio se expande.

Quanto carinho da gente daquela terra

Na recepção, na amizade, no convívio

Creio até que sentiram alívio

Quando nos fomos subindo a serra.

Partimos, na mala enfiamos os panos

Ah, que desejo de voltar em breve

Pra sentir, mesmo de leve

O beijo frio do vento minuano.

Luiz Lauschner
Enviado por Luiz Lauschner em 27/06/2009
Reeditado em 29/06/2009
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