PORTO ALEGRE
Em Porto Alegre, naquela capital querida
Com menos de dez graus, no frio
Reuniram-se à beira do rio
As pessoas que preparam comida.
Falou-se de café, de leite e de pão
De churrasco, de massas, de vinho
Que lá se faz com carinho
Às vezes com uma cuia na mão.
Ralhou-se as leis dos mais fortes,
Dos desocupados e dos demagogos
Que querem nos fazer de bobos
Ou de marginais de toda sorte.
Falou-se tanto em comunicação
Que um presidente ficou rouco
Duzentas e quarenta cidades aos poucos
Se irmanam sobre o mesmo refrão.
O que compensa nossa atividade
É servir e dos clientes receber amor
Devolver as pedras que jogam no setor
Mostrar a todos o poder da unidade.
Bodegueiro deve ter orgulho natural
Servir com prazer, com o coração
Porque é nessa nobre profissão
Que se trata o diferente como igual.
Balcão de bar sendo dele o dono
É pra quem gosta e não é aventura
Porque tratar bêbado com ternura
É virtude, ainda mais com sono.
Mas vamos falar do Rio Grande
Da festa, do local, do programa
Da eficiência que lá se derrama
Do calor que no frio se expande.
Quanto carinho da gente daquela terra
Na recepção, na amizade, no convívio
Creio até que sentiram alívio
Quando nos fomos subindo a serra.
Partimos, na mala enfiamos os panos
Ah, que desejo de voltar em breve
Pra sentir, mesmo de leve
O beijo frio do vento minuano.