A Dádiva da Maternidade

(Uma homenagem às mães da atualidade
que desejam ardentemente mas por motivo de força maior não podem engravidar)

 

Uma estranha conspiração
 Frustrou teus desejos...
O sonho foi engessado.
O capitalismo selvagem
Quase te fez perder a hora
Era preciso estudar, conquistar, amealhar,
Estabilizar a vida...
E só depois... Só depois gerar
O fruto do amor.
 
Padeceste mãe, o medo da porta fechada,
A pressão da gestação não anunciada,
A insegurança do óvulo não fecundado,
Do sonho frustrado.
A madrugada congelou lágrimas de dor.
A esperança amarrada por tênue fio,
Quase ruiu...
Só a fé acesa em pavio molhado em óleo,
Jamais se apagou.
Sofreste mãe, mas hoje sorris feliz!
O sol enternecido aqueceu por nove meses
O desejado fruto
Semeado com o mais puro amor!
Engravidado com o fogo do coração...
 
Hoje, um hálito de criança
Acaricia teu rosto,
Um choro forte soa como música
Para teus ouvidos
E amamentas a tua cria
O que só faz crescer e fortalecer
A tua vocação de mãe.
 
Um botão em flor suspira,
Enfeita o lar...
Um Anjo chegou suavemente
E brinca no jardim com o beija-flor...
E tu, mãe, derramas lágrimas de emoção
E agradeces a Deus
A dádiva da maternidade!