OS OLHOS DO SEU AMOR - Paixão de Cristo
Naqueles cravos pregados,
Com ódio e com ironia,
Vejo todos os pecados
Que eu pratico a cada dia;
Que trazem prazer à carne
E, à minha alma, a agonia.
Eu sou Pedro, o discípulo,
E prometo o que eu não posso.
E eu o nego a cada dia,
Mas, meu pecado, lhe endosso,
E assim vou caindo mais
E mais fundo, eu me fosso.
Sou filho morto e perdido;
A ovelha desgarrada;
Sou a esposa prostituta;
A terra amaldiçoada;
Sou o réu sentenciado;
Sou a filha desvairada.
Os cravos - o meu pecado,
Em Cristo sendo encravado;
Derramam o sangue inocente
Por causa do meu agravo;
Mas no sangue do inocente
O perdão é revelado.
Os olhos em mim fixados,
São os olhos do seu amor
Que suportam solidão
Enfrentando toda dor;
Que gemendo ainda chamam
Este verme sem valor.
No meu coração é noite.
Miserável traidor.
Neguei quem sempre me amou
Sou o maior pecador.
Não mereço ser chamado
De apóstolo do Senhor.
Com Pedro também eu choro:
- Ó meu Deus porque esse Amor?
Sou eu quem tem te negado.
Trago em meu peito o amargor.
Pois me amando te entregaste
E sofreste a minha dor.
“Voltando-se o Senhor,
Fixou os olhos em Pedro...
Então, Pedro, saindo dali,
Chorou amargamente”
Evangelho de Lucas 22.61 e 62
Moses Adam
F.V., 10.04.2009