Mil textos
Não sei se escreva sobre política,
esta velha e servil senhora, quase artística,
usada para os mais diversos propósitos,
que vemos em poros diversos
indiscriminadamente transitar e transpirar
e exalar camuflados perfumes
e odores de chorume.
Uma praga num altar.
Se devo abordar temas amenos,
tão desprezados pelo mundo sério,
mas que são a causa da existência dos próprios,
uma vez que todo o sentido da sobrevivência
se justifica com a felicidade de poder desfrutá-los.
Se seria melhor falar de amor e seus tórridos efeitos
Esse sentimento que parece viver aguardando
um enfraquecimento das defesas
e, vez por outra, irrompe insinuante e sorrateiro
sem sinalizar melhoras e, muito menos, quando irá parar.
Penso ainda em falar de coisas menos apreciadas,
mais que estão arraigadas nas malhas do comportamento,
porém não me sinto isento para falar do preconceito,
esse senhor de “respeito” que aprisiona o pensar.
Sou tomado muitas vezes pela presunção de imaginar
que nesses mil textos que agora completo
que já abordei por certo o universo que poderia enxergar.
Mas é só dar uma “passada” pelos textos do Recanto
que caio no desencanto e no encanto de contar
com tantos quantos escrevem o que jamais conseguiria
e descubro todo dia como fico a desejar.
Resta mesmo agradecer a todos
por estarem aqui comigo até agora
e aos amigos que, por hora,
me surpreendem com a sua generosidade
e me fazem ter esperança e confiança
no destino da humanidade.