Neste Natal!

Natal,

e vi um punhado de velhos desolados

nos asilos da solidão,

caçando a família,

antes mesmo do pão.

Natal,

fotografo o desprezo que os homens oferecem

e tantas portas se fecham,

tantas festas acontecem,

porque é Natal!

Natal,

fora de qualquer Lapônia fria e farta,

há uma trágica marca,

escaras do desrespeito.

Natal,

um amor dilacerado,

uma família triste

e uma ceia farta de lágrimas

na multidão sem ninguém.

Natal,

e resolvo ir dormir mais cedo ainda,

ponho os sapatos nos sonhos da família,

fecho os olhos, abro o olhar e sorrio:

é Natal e inda estou vivo!