O Primeiro Natal...
Há mais de dois mil anos, em terra mui distante,
Onde o dia é quente e a noite é muito fria,
Achegou-se um casal a uma estrebaria:
Gente humilde e pobre, mas de coração radiante!
De Nazaré a Belém, José foi se alistar;
Esta era a ordem! Obedecer devia.
Ia com sua esposa, a sua doce Maria,
Grávida ela estava... E a noite já a chegar!...
Cansados da viagem, lugares pedregosos,
Maria, no burrico, assentada ia;
A noite era imensa e estava muito fria;
José extenuado das terras arenosas...
Chegando a Belém, cidade de Davi,
Jose foi procurar lugar para ficar.
Maria estava grávida, precisava se abrigar!
Mas não havia ali... Mais nenhum lugar...
Um homem tem pena; e disse que só tinha
Um pequeno lugar, pouco aconchegante:
Uma gruta fria, onde os ruminantes
E ovelhas guardava; pra ali foi José e Maria!...
Com dificuldade e já com suas dores
De parto, a mulher, quase uma menina,
Amparada por José, na gruta pequenina,
Deu a luz a um filho, rodeada dos odores
Dos animais do estábulo, que assim os aqueciam.
- Eles foram os primeiros a ver o Deus-Menino!...-
Desce do Céu um Anjo: vem ver o Pequenino,
Enquanto, sob estrelas, mil anjos mais desciam!
Os pobres pastores, cuidando seus rebanhos,
Perceberam: nesta noite, algo acontecia!...
Um som muito doce, logo já se ouvia...
E iluminando a noite, promessas de antanho,
Dos velhos pergaminhos, cumpriam-se ali!...
Anjos, luzes, vozes, celestiais e lindas,
Contavam de Deus: - “Amigos hoje é finda
A tão longa espera: Cristo nasceu aqui!”
- “Glória! Glória a Deus nos mais altos Céus!
Glória! Paz na Terra! Messias, o Emanuel,
Nasceu pobrezinho, sem coroa e sem dossel,
Trazendo Paz a todos!... Não sejam incréus!”
“Paz na terra! Boa vontade entre os povos!
“Deus-Conosco” nasceu, na Gruta de Belém!
Pobre entre os mais pobres; humilde também,
Nasce Deus Menino! Cumprem-se Boas Novas!”
Os pastores mudos, ante tal visão,
Correram a Belém para o Cristo achar!
E se ajoelharam para O adorar,
Com mui doce Paz em cada coração!
Maria O segurava, envolvido em faixas,
José a protegia com o seu abraço;
Os Anjos pequeninos percorriam o espaço
Cantando acalantos!... (Assim Jesus se acha!...)
“Glória in excelsis Deo”! Esta noite é Santa!
Dormia o Menino, tranqüilo, já sorrindo...
Maria o embalava... Em seu semblante lindo
Tudo era perfeito na noite sacrossanta!
Lá do Oriente, vieram uns Reis Sábios,
Que ao Deus-Menino queriam conhecer,
Pois de suas terras, no Céu viram nascer
Uma grande estrela: “sinal” para os Reis Magos!
- “Ouro, Incenso e Mirra nós vimos trazer
Para o Rei do Mundo!” E se ajoelharam
Tal qual os pastores e todos O adoraram
Trazendo suas vidas a Lhe oferecer!...
Mas o Rei Herodes, malvado e invejoso,
Queria o Deus-Menino, para o matar!
Ouviu-se intenso pranto: mães só a chorar!
Crianças foram mortas! Rei mau, monstruoso!
Um Anjo do Senhor a José apareceu:
“- Toma a Maria e ao Filho seu!
Leva-os para longe, sob cuidado teu,
Longe desta terra que mata os filhos seus!”
O mesmo burrico que os acompanhava
Leva a Virgem Santa e o Seu Menino...
Vão para o Egito! Era este o caminho,
E José atento, por eles cuidava.
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Já faz muito tempo o Natal primeiro!...
Mas o Cristo nasce em cada coração,
E em nós renasce, à comemoração
Da vinda do Senhor! Ele é Verdadeiro!...
Nestes nossos tempos de vida tão corrida,
Quem é que lembra o sentido do Natal?...
Somam-se presentes! Gastos sem igual
Quando nasceu pobre o Senhor da Vida!...
Enfeitam-se as casas! Ilumina-se a cidade!
Com grandes festas querem comemorar!
Quantos se esquecem, até mesmo de orar,
E lembrar que Cristo salvou a humanidade...
- Pastor de Reis, Rei dos pastores, vem!
Ensina-nos a amar, a saber perdoar,
E tudo o que temos poder compartilhar,
Pois desta vida só levamos o bem
Que tivermos feito! A nossa humildade,
O viver juntos, em perfeita união,
Sabendo que só em Ti, há a Salvação!
- Recebe a nossa Fé e a nossa Caridade!
Que de Esperança se encha nossa lida!
Que nós possamos ver, na Noite sem igual,
O Menino Jesus, no primeiro Natal,
Como nosso Rei e Senhor de nossa vida!