O POETA CHEGUEVARA

Eu sei! Eu sei!
Se sair daqui, o rio me engolirá...
É o meu destino: hoje devo morrer!
Mas não, a força de vontade pode superar tudo
Há obstáculos, eu reconheço
Não quero sair.
Se tenho que morrer, será nesta caverna.
As balas, o que podem as balas fazer comigo
se meu destino é morrer afogado? 
Mas vou vencer o destino. O destino pode ser
conseguido pela força de vontade.
Morrer, sim, mas crivado de balas, destroçado 
pelas baionetas, se não, não. 
Afogado não...
Uma recordação mais duradoura do que meu nome
É lutar, morrer lutando.

Ernesto Guevara – 17 de janeiro de 1947