Introspecção

"...Não há mais tempo!

Há, em vez disso,

um medo súbito e desesperado do relógio que bate

e da chuva que cai intensa

parando de repente

no final do verão...

Os telhados vermelhos e cinzas das casas,

parecem silenciosos e reticentes,

coniventes com a vida passiva...

As árvores em arcos, formam sombras na varanda

e eu me pergunto

como me sentiria do outro lado do tempo...

Sou apenas uma gota a mais

no imenso mar de matéria definida,

com capacidade de perceber minha existência....

Folhas douradas oscilam nessa fresta do tempo

e em descompasso, avançam esbaforidas, irriqüietas!...

Num áspero farfalhar, pendem ao vento

feito fios de ouro partido..."