Não, não sei como falar-te
Desta alma sonhadora
Que olhando o céu desenha
Uma paisagem colorida
Entre as nuvens imagina
Um mundo que se desdobra
Paralelo a este outro
Donde minha alma se evola

Sou a eterna criança
Brincando à beira da praia
Vou desenhando na areia
Versos que o mar de repente
Desfaz e refaz em espuma

Mas sorrio, não me importo
Fico na margem tranquila
Vendo a areia que rola
E o meu sonho recomeça
Erguendo castelos de espera
Em minha alma, sonhadora.



Maria Petronilho
Lisboa, 5/12/2003