Estância

Se somos almas, em corpos de forma desalmada,

Pressinto que o que tanto ou pouco sinto,

Possa estar constantemente em pauta.

E pauta é margem, é balneário de vontades

Foi-se um dia água cristalina

Será amanhã como um poço insosso

Talvez ainda é aquilo que mais se quer

Quanto mais quero menos transbordo

Se por demais peço, só aumenta o que de mais posso...

O volume d´alma é volúvel tal qual d´agua

Meu fundo só Deus sabe

Quem me vê não se sabe

Alarguei meus braços como rios

Quero alcançar terras sem rumos conhecidos

Somos chuvas de verão,

Dando alguma vida ao eterno sertão

Meu eu não suporta ser ateu

Sou raso sem razão

Nascente de emoção

E qualquer gota que de mim cai

Não flui... se esvai

Segue encontro certo com o destino que de mim não sai

Sou Lago largo de longa instância

Rio ou riacho de beiras sem distâncias

Alma, diga-me onde ei desaguar

Se estância é estar...