PARUSIA
Como poeta, durmo o sono dos justos
a cavalgar no passado as lindas fantasias
da juventude que em dias já distantes
ainda abraço a lembrança da saudosa infância
que na velhice refaço, abrindo um sorriso
à meninice de outrora, em cada coisa que faço.
Cada um escolhe o caminho,
andar mal acompanhado ou sozinho
fazer o bem ou o mal, mesmo sabendo
que o bem é uma fonte de estímulos à alegria,
à paz, à harmonia e o mal é uma ponte que se destina
a conduzir os incautos à sua própria ruína.
Todo bem retorna à fonte de origem,
assim também, o mal, à sua origem torna
Navegando na vaga ou morrendo no cais
o homem recebe a paga por tudo aquilo que faz
Mais cedo, mais tarde ou agora
no fluxo e refluxo o amor aflora ou a vida jaz.
Cabe ao ser humano a decisão
de ser fiel ou ladrão, trabalhar ou roubar
semear e ceifar preservando a natureza
assorear os rios e parar a correnteza
acabar com o encanto da cascata, nascentes
e cachoeiras, destruir toda beleza da foz.
Derribar árvores., abrir clareira na mata
matar a natureza lhe dando morte atroz
E a natureza aceita o maltrato porque sabe
com certeza que consigo levará seu algoz,
negando-lhe o fruto e o pão de cada dia
ou respondendo com catastrófica parusia.
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Nota do autor.
Parusia. No texto significa morte de todos os seres vivos. A fé cristã dá a esta mesma palavra o sentido de final dos tempos e volta de Cristo para julgar os vivos e os mortos.
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Adalberto Antônio de Lima