Infância e cores
Imaginei palavras verde-esperança
na dúvida se iriam brotar ou morrer
plantei muitas sementes,me veio a lembrança
em que eu sorria,eu brincava,eu vivia...
Por ser boba,queria sem demora crescer
puella salta,corre e não se cansa
atravessei dia e noite,notei que crescia...
Quando é tão melhor,sublime,ser criança
tanto primeiro olhar,tocar,aprender
afeto gratuito,amor puro,confiança
me peguei criando cor de nostalgia...
Fui tantas que agora,não quero ser
tateando vendada,sem saber o que alcança
a mão que tocou o que desconhecia...
Pensei ser corda o que era trança
que vi se soltar,desmanchar,desfazer
senti a tempestade invadir a bonança
lágrimas,um quase mar,que meu peito vertia...
Chorei por me acovardar,nem tentar,por temer
busquei a tal cor de calmaria-mansa
misturei partículas de ontem,amanhã e um dia...
Hoje observo a folha que o vento lança
embalo feliz,por simples prazer
contemplo somente a suave dança
que sua silhueta imóvel executa com maestria...
O sopro e a pirueta,nunca vou esquecer
Nem do silêncio que faz festança
arco-íris,traduzindo em cor a alegria.
N.Barbosa Figueiredo.
*puella = menina em latim