A COR

Dos ventos que chegam gelados

Desafiando a pele, com ares de dono,

Basta olhar, e olhar em volta,

Tudo torna-se passado,

Nesta época de outono,

quem predomina é o dourado.

Tudo voa e tudo cai,

Nada há que se sustente

No colorido vibrante, dos amarelos recém chegados,

entre vermelhos, marrons e verdes,

de tantos matizes pintados.

A natureza se reveste, num exótico presente.

Parece triste saber que cai,

que tudo passa, se modifica,

Na sinfonia ousada que anuncia a que veio,

Será que ela fica?

Dependurada a folha vacila e balança,

Inútil tentar. Que devaneio!...

O vento certeiro a limitar-lhe as chances,

Passa sem pressa e com força, e leva um minuto ou dois,

movimentando as cores da paleta natural,

se não for agora folhinha, haverá de ser depois,

É o outono que se faz, imperioso e lindo,

num esplendor de cores, como se fosse carnaval.

Anadijk