Ode ao Velho
Ó velho que se espelha em pensamentos,
Perdido no correr de más lembranças.
Velho que vaga em luto e moribundo,
Sem levantar sequer de suas mágoas.
Velho de vigor inesperado,
Expulsa a firmes varetadas,
Quem ousa explorar os cantos podres,
Da vastidão solitária de tua fadiga.
Pigarreia conjuras virulentas,
Em teu delírio doce, confortável.
Te entrega à morte, ó velho!
Posto que sabes o porquê da vida,
E mais ninguém conhece tua alma.
És doce ao ser amargo,
És vivo e moribundo,
Tão sábio quanto senil,
Te ofuscas porque brilhas.