Janela do vento
Olho o tempo lá fora,
à janela pequena, miúda.
Olho assustado o lugar que estou
meu mundo, no tempo ficou.
Meu presente agora é este,
solitário, a lapidar um sentimento esquecido,
procurando por algo perdido.
Olho o dia lá fora,
frio e cortante,
mas por um instante,
enxerguei você.
Doce miragem de uma visão embaçada,
triste verdade, ilusão acabada.
Na janela que estou
só o vento me toca,
só o vento ficou.
E ele passa, me toca, provoca.
Na janela do vento,
encostei-me e chorei,
nesta triste janela, cansado, fiquei.
E lembrei do passado, de tí
da tua alegria, sorrí.
O vento é mais forte agora,
solidão e tristeza, presente
o passado ficou
e o que não ficou, foi embora
e me vejo sozinho,
na janela do vento.