PENHASCO DO SER
PENHASCO DO SER
Queria tanto que você estivesse ao meu lado,
E também do meu lado.
Você foi embora,
E eu continuo sem entender nada.
Depois que te perdi foi que aí eu percebi
O quanto eu era feliz sem o saber.
A árvore da vida é a árvore da ignorância ou da inocência.
Suicidar-me talvez daria um basta nessa tristeza,
Mas não vale a pena fazer isso por nada da vida,
A vida é uma dádiva única e sensacional,
Não vale a pena despreza-la por uma pessoa, por uma idéia, por um credo,
A pessoa fica, o credo fica, a idéia fica, mas a pessoa se vai,
E provavelmente não existe nada depois da morte,
Talvez só o silêncio e a escuridão total.
Odeio meu coração por persistir em te querer,
Ah Deus! Como é idiota essa vontade de se apegar a alguém,
De achar que só se é feliz tendo uma outra pessoa ao lado.
Há tantas pessoas dentro de mim,
E cada uma delas sou eu,
E nenhuma delas sou eu,
E isto não é um contraste,
Sou apenas um paradoxo revestido de ossos, carnes nervos, pele e usando máscaras.
Acho que ainda te amo,
Acho que eu queria te ver morta,
Só assim eu estaria finalmente livre de tudo,
E assim eu poderia caminhar até o penhasco do meu ser em paz.
Rompendo a crisálida de todos os sistemas que regem o mundo,
Sendo tudo aquilo que eu olho,
Sendo uma força descomunal a empurrar o universo para a proa do Absurdo equacionado,
Sou uma estrela cadente,
Quem sabe de-cadente,
Te amo ainda meu amor.
Dançando numa noite de lua cheia no baile de máscaras do absurdo.