PENHASCO DO SER

PENHASCO DO SER

Queria tanto que você estivesse ao meu lado,

E também do meu lado.

Você foi embora,

E eu continuo sem entender nada.

Depois que te perdi foi que aí eu percebi

O quanto eu era feliz sem o saber.

A árvore da vida é a árvore da ignorância ou da inocência.

Suicidar-me talvez daria um basta nessa tristeza,

Mas não vale a pena fazer isso por nada da vida,

A vida é uma dádiva única e sensacional,

Não vale a pena despreza-la por uma pessoa, por uma idéia, por um credo,

A pessoa fica, o credo fica, a idéia fica, mas a pessoa se vai,

E provavelmente não existe nada depois da morte,

Talvez só o silêncio e a escuridão total.

Odeio meu coração por persistir em te querer,

Ah Deus! Como é idiota essa vontade de se apegar a alguém,

De achar que só se é feliz tendo uma outra pessoa ao lado.

Há tantas pessoas dentro de mim,

E cada uma delas sou eu,

E nenhuma delas sou eu,

E isto não é um contraste,

Sou apenas um paradoxo revestido de ossos, carnes nervos, pele e usando máscaras.

Acho que ainda te amo,

Acho que eu queria te ver morta,

Só assim eu estaria finalmente livre de tudo,

E assim eu poderia caminhar até o penhasco do meu ser em paz.

Rompendo a crisálida de todos os sistemas que regem o mundo,

Sendo tudo aquilo que eu olho,

Sendo uma força descomunal a empurrar o universo para a proa do Absurdo equacionado,

Sou uma estrela cadente,

Quem sabe de-cadente,

Te amo ainda meu amor.

Dançando numa noite de lua cheia no baile de máscaras do absurdo.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 01/03/2008
Reeditado em 02/03/2008
Código do texto: T882020
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